Construída à semelhança da estrutura da morna primordial caboverdiana(melopeia cantada por mulheres, com solista e coro), a narrativa de Diná Salústio, brevíssima, expõe a tragicidade da vida de mitas mulheres em Cabo Verde, com a voz de Cesária Évora ("Ó mar, Ó mar!") e a poesia popular de B. Léza("Mar azul") ao fundo. Nas noites mornas ou com mornas ao fundo de Dina Salústio, as protagonistas, sempre mulheres, são quase que pedagogicamente, diríamos, conduzidas por uma perspectiva feminista do discurso: interrogamse, interrogam os homens, avaliam umas ás outras, denunciam situações com as quais não querem mais pactuar.